quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Porque as escritas de mim também podem ser de outros


Toda vez que me retiro, me ausento, me hiberno e toda vez que me retorno,animo, ressuscito... Eu penso nessa música.Como carro chefe, anúncio de chegada...
Voltei:











PIERROT
(Marina Lima)

Sim, eu resolvi me ausentar
Para ocultar a minha dor
Fugi, menti
Talvez por pudor

Desde então tanta coisa aconteceu
Que eu parei prá melhor pensar:
Voltei prá te dizer o quanto eu senti(...)

E a vida segue, sempre nesse vai e vem
Que não passa das ondas do amor
Gira, roda
Como um pierrot

Eis que um dia aquela bela casa cai
E não há mais como negar:
Voltei prá te dizer que aqui no meu Brasil
Outra flor não há

Aqui: cada cidade é uma ilha, sem laços, traços, sem trilha
E o medo a nos rodear
Então: bem vindos à minha terra feita de homens em guerra
E outros loucos pra amar

E tem sido assim, desde que o mundo é mundo
Os homens temem a paixão
Ela fere, ela mata
Tal qual um dragão

Enfrentar ainda causa tanto medo
Mas fugir é bem pior:
Voltei prá te dizer que nessa guerra
Não há vencedor

Aqui: cada cidade é um port, disse o poeta prum broto
Que não queria arriscar
Vem, bem vindo a minha terra, feita de homens em guerra
E um outro louco prá amar

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A excêntrica família de Antônia: Vida, Morte e Felicidade para Mudar o Mundo



Está aqui. No meu olho vermelho que insistiu ficar acordado para o reencontro.
Anos depois, muitos anos depois.
Antônia, sua excentrica família. O tempo, os ciclos, o ser feliz.
Intervir no mundo pela felicidade.Entender que a vida há de ser vivida. Seja por exigência da sua força, seja pela descoberta das suas felicidades sentidas.
Tomado ainda pelas águas de mim que invadiram meu rosto e foram se juntar à felicidade, admiração, melancolia e contemplação que estiveram presentes durante este tempo de rever, lembro.
No meu primeiro encontro com esta obra, já tinha sentido o remexer que surge quando se está diante das coisas que são de compreenssão universal. Anos passaram, meus ciclos surgiram, minhas vidas e mortes particulares se sobrepuseram e aqui estou. O filme termina e preciso encontrar a escrita. Preciso registrar o que fica, mexe.
De tudo, de todas as cenas, falas , imagens, fotografia, fica a lição que foi feita palavra, representada,no belo escrito-sinopse, que ao descrever antônia, seu mundo e os personagens dele, chama o espectador à felicidade. Uma mudança e uma intervenção no mundo que se dá para as delicadezas de ser feliz, de sorrir e de compreender os apelos de tudo que é vida, até mesmo quando esta encontra seu ponto-morte.Afinal nada se conclui e como diria Antônia: "Nada morre para sempre, algo sempre fica de onde outra coisa nasce(...) Porque a vida quer viver e esta é a única dança que temos"

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Tempo Sentido


Escrever sobre o tempo é tentar entende-lo, perdendo-o. Os sentidos são tantos e os tempos também.
O tempo anda me faltando, e quando mais preciso dele.O tempo anda me deixando com insônia, anda me deixando escapar coisas, anda não me permitindo tudo. Tempo para o ator, para o produtor, para o mestrando, para o que projeta amanhãs.Tempos que não se separam, mas que não cabem no tempo do dia.
Em um tempo outro, aquele das coisas sentidas, ando no tempo da descoberta.
Descobrir a cena, sem estar nela mas imaginado-a, orientando-a, trazendo todo o pouco que sei no meu tempo de ator para a zona do compartilhamento.Orientando corpos, olhares, luzes, concebendo visualidades onde outros atores se deixam ver.
Ficar na coxia também é algo que chega em um tempo novo pra mim.E talvez já fosse tempo.
Produzir tanto em pouco tempo tem sido um desafio. Antes, isso me parecia sem dificuldades. Talvez no tempo em que o sentimento de invencibilidade e total possibilidade de fazer tudo, ainda me habitava. Não agora, porque também ando em um tempo de descoberta de limites,eu acho. Já que foi embora o tempo das certezas. Será que cheguei em um tempo de idade adulta? Não sei. Pois que o diga o tempo!