segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Lista


Queria fazer uma lista.
Uma lista não feita das melhores canções, das melhores cenas ou dos melhores filmes do ano que dobra a esquina pra nunca mais voltar. Queria uma lista que evocasse a batalha de vive-lo, mas sem dar a esta batalha o amargo deste tipo de narrativa.
Queria uma lista feita do aprendido, sentido. Uma lista feita das vezes em que o medo se tornou invencível, mas também de como este medo foi sendo substituído por crença.
Uma lista feita das vezes em que rolaram as águas dos olhos mas ao mesmo tempo uma lista feita daquilo que iluminou os olhos nus diante do vivido.
Talvez a lista não seja o formato ideal. Talvez sua ordem subseqüente, linear e cronológica não seja o melhor suporte para falar das passagens e paragens do tempo.
Mas agora que vejo encerrar-se o ano do choro, da casca arrancada e reinventada, descoberta e justaposta a tantas outras em um eterno infindo de não se chegar a lugar único algum, me pego na necessidade de uma lista.
Uma lista que não consiste no que foi e sim, no que será
Uma lista formada de tudo que vem depois do medo, da chuva, do pesadelo, da tempestade.
Uma lista que reafirme o quanto a felicidade precisa as vezes ser enxaguada pra ganhar cores e motivos novos.
Uma lista de amores que nascerão e ensinarão que este sentir apertado, este olhar luminoso e esta sensação sôfrega de imaginar o amanhã ao lado daquele mundo que é o ser amado, que tudo isto, é motor da vida.
Uma lista que me faça ter ainda mais forte a crença de que o novo ano é nova possibilidade que estréia com a união de milhares de pensamentos ao redor do planeta pensando: Agora é pra valer...
Uma rede formada por tanta vontade de mudança, capaz de explodir em uníssono de querer mais é ser feliz
De tanto querer uma lista eu a vi surgir e desaparecer no corpo desta escrita.
De tanto quere-la eu me vejo repetindo o fluxo da vida que escapa, avança, sobe, desce e cria seu próprio ritmo, sentido e direção...

Feliz 2008 e que possamos encher nossa lista com a força absolutamente inesgotável dos nossos mais ardorosos desejos...

Um grande abraço,
Igor Simões

domingo, 16 de dezembro de 2007

Circulos ciclos rodas


Ciclos.
Acho que ainda não é um escrito de fechamento...
Acho que não...
Mas é de ciclo...
Circular, redondo, mutante, novo convalescente.
Me acho longe daqui porque a roda viva rodou em um instante.
Me perco, me doo, me sorrio, me celebro.
Me estranho, me encontro, me perco, me reeencontros maravilhosos.
No redondo do mundo encontro pessoas, sensações e maneiras novas de lidar.
Outra energia, nova, refeita, reconectada.
Uma energia em que me descubro.
Estou próximo de fechar o ciclo inicial do reiki encontrado por acaso. Dias sem carne e bebida. Dias de encontrar a possibilidade de encarar desafios. Outro lugar novo, outra reinvenção.
Mudando em giros no próprio eixo...Não para encontrar o ponto de zero mas para aprender a lidar com o eterno novo, com a chegada e a saída do desconhecido...
Em não esquecer que tudo muda, tudo gira como a saia da bailarina que dança do meu lado na festa que crio paa mim e para os meus.
Fechamento então não se aplica a este texto, movimento talvez sim.Mas se aplica sabendo que se esgota. Sabendo que o sentido se esvai e tonteia aqueles que acreditam no unico, essencial, uno.
Não me prendem e tonteio os os outros assim como a mim. Tonteio porque giro e os convido a rodar. Eu não tenho paradeiro, eu tenho a roda gigante.