quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Dos Aprendizados do Movimento
Por quanto se aprende por estar em movimento. Aprende-se sobre tempos: Os nossos e os do outro. Sobre até onde se vai, sobre esperar, sobre avançar, sobre recuar, sobre temer ou arriscar. O estar em movimento é tão potente que nos joga obrigatoriamente para um diálogo mais sutil com os outros que se deslocam ao nosso lado.
Parece uma tela de Delaunay- sem querer ser pedante- onde somos como as espirais de cor que justapostas se movem, se interpenetram, se repelem, se aproximam.
Há de se perceber a generosidade da vida que nos põe em trânsito. Ela, a vida, já disseram, sempre foi bem generosa nas casas daqui. Do seu jeito, mas sempre foi. Às vezes é arrastada, lenta, hermética, como um filme de jovem diretor querendo mostrar sofisticação intelectual.
Outras vezes parece um “arrasa quarteirão” americano, cheio de ação, efeitos e muita velocidade. Por momentos também é ópera e tragédia, algumas vezes Fellini, outras Bergman. Gosto das suas fases e me espanto com elas também. Ela, a vida me jogou no vento e eu, relutante que sou, não queria. Não percebia que ela me dava chances, lugares, pessoas... Cores outras, reconhecimentos outros. Outros aprendizados na velocidade trazida pelo movimento. Seguimos agora, a vida e eu, percebendo os muitos, os vários, as cores, os movimentos que o mundo entrega enquanto se desloca pra um ” não sei onde “ que é particular e compartilhado, íntimo e universal, angustiante e pleno. De onde se aprende a olhar pra paisagem de si e pra do (s) outro(s). De onde se brota, não sem dor, mas cheio de outras possibilidades de existência.
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5 comentários:
possibilidades... permitir-se às possibilidades... bem bom isso, né?
Acredito que o que nos constitui como humanos é sermos fundados a partir de possibilidades infinitas e completamente mutantes. E dói crescer, dói ser maior, dói ser diferente do conhecido, dói ser um devir. Mas acredito que no fim do caminho há amor.
Luc... no meio do caminho há amor... Strike! hahahaha
Amores,
Não sei o que tem no fim do caminho? Acho que tem mais caminho...Mas se lá na paisagem, aquela lá do meio do caminho, se encontrar o amor...A caminhada se torna mais fértil...Afinal, como diria Guimarães Rosa: "Qualquer amor já é uma saúde, um descanso na loucura!"
Me rendo...vocês tem razão. Tenho que deixar de ser finalístico. O importante da caminhada é caminhar. E sim,Lana, que haja amor no meio do caminho.
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