sábado, 30 de maio de 2009
Eu, Nós...
Maio...Como correu!!!
Nos últimos dias deu pra ser cheio de mudanças, bons ganhos, percepções alertas...
Não fugi daqui, aliás não ando de fugas... Atualmente às unicas que aparecem são as fugas pra mim... Boas fugas, boas escapadas... Muitas reticências...
Este meu primeiro texto na máquina nova, vem cheio de novas coisas, como ela...
Novas coisas velhas, talvez... Mas cheias de ineditismos e de por vires!!!
Tô olhando ainda, processando...Tô vivendo
Me purificando, como propunha o espetáculo da terreira da tribo, lá no largo de domingo... Uma purificação daquelas do espetáculo-O Amargo Santo da Purificação- mas este "santo" tem me aparecido por aqui mais agridoce...Nã menos enfático, não menos cheio de espasmos, não menos arrebatador...
Tenho andado sozinho e com uma multidão de mim... Estamos todos aprendendo a conversar mais, nos entender mais... Estamos entendendo e identificando nossos limites, nossas estratégias de ação...
Como um animal à espreita, estamos, eu e meus eus, olhando pra tudo, entrando quando preciso, necessário, ou quando o desejo chega, voluntarioso...
E em Maio estivemos plantando junhos, julhos, agostos...
Estamos atentos, fortes, mais vivos do que nunca e estamos todos bem!!!Em silêncio, mas em concerto triunfante de construção.
sábado, 9 de maio de 2009
Do silêncio e os benefícios do estar acompanhado de si
Sutilmente eu fui dizendo não. Delicadamente, como mandam meus códigos, eu fui dizendo "psiu".E, tudo ficou quieto, tudo silenciou. Um silêncio não daqueles representados de maneira lugar comum. Não,não era um silêncio de preto e sofrimento.
Um silêncio cheio de falas: as minhas.
Um tempo meu, pra entender meus lugares, um silêncio de taças solitárias de vinho, leituras, escritas, filmes, horas dormidas.
Um silêncio repleto do ruído de estar em mim. Um silêncio feito do ser dono do seu tempo, da sua vida, dos seus passos, do seu nariz. Um silêncio de ir na casa da amiga, cumprir pequenas tarefas profissionais de fim de semana, voltar para a casa e continuar o silêncio que não se interrompeu nas outras atividades.
É que meu silêncio foi do não ao sim. Do sim, às minhas coisas. Do sim às minhas vontades.
Do sim de inventariar os pensamentos secretos, sutis, silenciosos.Um sim de rastrear desejos.
Foi bom. Está bom. Tomar as rédéas é oxigênio necessário. Descobri que o "não" é necessário. Que ele não é antítese do sim. Que ele é complemento, usina para "sims" cheios de vontade, alegria e sorrisos nos lábios regados a saudades de dias sem estar junto.
Uma parada geral é sempre um ato de presunção. Acho que sim, é, em um mundo que se embota de barulhos, sons dispersos, imagens mil, telas iluminadas, páginas saturadas. Dizer não, estar-se só ou em estado de silêncio é, se estar bem de mansinho, bem pianinho, dizendo "Este mundo é meu e eu ordeno seu tempo". Pelo menos este mundo, pelo menos o meu mundo. Outro dia eu estava vendo uma série americana bem famosa:SEX and the City (aos intelectualóides de plantão, um aviso: Ver séries americanas não faz do indivíduo alguém mais burro, ou fútil, ou qualquer uma destas determianções vazias). Na série, a protagonista Carrie, sentada em um café em Manhatan, de óculos escuros e olhando para o movimento das ruas depois de muitas tentativas de estar acompanhada pensa algo como:"Eu aqui , neste café, sozinha, exercitando o meu estar comigo, exercitando ser alguém solteiro na cidade, exercício do ser sozinho sem crises, apenas ser e estar". Essa cena não me saiu da cabeça durante a semana. Acho que ela antecipava, sugestionava, ou alertava. As vezes estar sozinho é tudo que se precisa para poder estar mais tarde, em outro dia, outro tempo, outra hora: acompanhado. Sejam amigos, amores ou eu mesmo.
domingo, 3 de maio de 2009
Sobre o não
Como se diz "não" sem perder a delicadeza?
Há um personagem de Brecht, no texto "Um Homem é Um Homem", chamado Galy Gay. Ele não sabe dizer não, e coisas das mais terríveis sucedem a ele que não sabe dizer basta! O que acontece a ele? Se perde, se fragmenta, se desconecta.
Como se consegue dizer "chega para lá" mas acompanhado de "só um pouquinho"?
Preciso aprender estas "artes".
O feriado-fim-de-semana trouxe este tema para pauta da hora.
O que é entrar em embate? O que é somente dizer das vontades?
Como se faz sem perder o doce, o delicado, sem deixar de ser lugar bom.
Mas ao mesmo tempo: Quanto custa ser doce o tempo inteiro? O quanto isso tem de covardia? O quanto?
Colocar a vida na mão do outro? Acho que não. Não combinaria comigo!
Perder os medos mas sem achar que palavras podem ser pronunciadas o tempo todo na hora em que a vontade habita.
Nem tão lá, nem tão cá...
Enfim entender como se faz para não se endurecer e saber, a hora, o tom e a cor do dizer não.
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