Ainda dói...ainda soa inacreditável!
Ainda é vazio, vácuo, vão.
Acho que pra sempre será!
Perder um amigo é perder-se um pouco.
Quando eles partem, parte um pouco da gente.
Um pouco do mundo que aprendemos, desejamos e construímos com ele.
Com a eliane partiu um pouco disso...
Mas, com ela, ganhei tanto que nem a força de mil mortes podem retirar tudo que ela imprimiu em mim!
Descobri que amizade é o amor que atravessa absolutamente tudo e, por mais que isso soe piegas, é surrado por ser tão cheio de verdades.
Aprendi tanto, tanto até quando ela calava...Ela me ensinou até mesmo a brigar com ela. Brigávamos e éramos tão bons juntos, mesmo assim, que nos orgulhávamos de nossa lealdade mesmo à distância, pois que, se alguém ousasse pronunciar algo que ferisse o nosso amor ou o que o outro nos era, defendíamos, graníamos, esbravejavamos.No silêncio dos nossos breves "estar de mal" éramos ainda inteiros e unidos. E subitamente voltávamos às boas, sem que fosse preciso palavras ou qualquer código para além do amor que nos uniu (e ainda une). A dança dela, a risada dela, o humor dela que anda tanto na minha boca, as frases, aquele jeito de me fazer querer ser professor. A história dela. A nossa história de amizade súbita e leal. De como nos conhecemos naquela feira do livro e automaticamente nos transformamos em melhores amigos, cúmplices.
Ontem vi coisas e quis comentar com ela, ela não estava. Talvez seja loucura, mas vou comentar mesmo assim! Loucura maior é a ausência.
Agora eu me nego à ausência. Agra eu grito que ela está aqui como sempre esteve e sempre estará e nego-a o direito de ser lembrança. Lembrança é retomar o que foi. Ela não foi, ela É. Em mim ela é, como diria Lispector,o IT.
Enfim, ainda dói, ainda soa inacreditável.
Ainda é vazio, vácuo, vão.
Tenho certeza que pra sempre o será!
