quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vontade ou Notícias de uma Obra


Hoje me deu vontade de escrever. Escrever para ver se, ainda, saia, se conseguia, se expressava, dizia.
Tanto tempo longe do blog. Tanto mundo que se fez, tanta vida que se ergueu. Tanta coisa inesperada, tanta promessa não cumprida, tanta surpresa boa.
To investindo, escavando, descobrindo, tentando. Tem porta abrindo, to olhando lá pra dentro. Saber se o que reluz é ouro ou é só pisca-pisca barato de camelô gritão em rua lotada.
Mas to andando, e to feliz e to apostando e estudando.
Essa semana meu corpo adoeceu. Minha respiração ficou difícil. Talvez necessidade de pausa, talvez necessidade de música, de poesia. No meio da obra, fica difícil ver a poesia que há por trás da fabricação do tijolo. A gente vai construindo, vai fazendo, para, enxuga o suor e segue.
Tô assim: vapor, usina, canteiro de obra. Mas ta bom e é a primeira vez que digo. Por medo. Medo da inveja, da sabotagem, a minha e a de outros.
Escrever aqui depois de quase um ano longe tem o sabor de diário. A escrita de mim, passa a ser só minha, mesmo.
Mas tá, daqui a pouco eu divulgo... Porque é bom, gosto do que é compartilhado, do que é dividido, do que é lido e reconstruído nos olhosmentes dos outros.
Sinto saudade de alguns, tenho vergonha de outros, mas sigo obra a fora. Uma hora as coisas se ajeitam, creio eu. Não sei! Mas to feliz de assistir este movimento todo. Enrolo na escrita e não entrego os fatos, apenas as sensações que deles resta. Parece que se digo se desfaz e, não quero. Quero guardado na minha caixa interior, junto com o que me é diamante, pedra rara.
Tava com saudade das palavras, saudade de andar com elas, passear entre elas, deslizar na suas superfícies, viver as palavras.

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